domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cultura e Juventude: ações com a marca do PPS em São Paulo

O painel sobre Juventude, Cultura e Lazer, que ocorreu durante o 1º Encontro Estadual de Pré-candidatos do PPS, reuniu a vereadora e pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine; o cineasta e ex-secretário de Cultura do Estado de São Paulo, João Batista de Andrade; e o músico e vereador de São Miguel Arcanjo, Dudu Terra. A coordenação da mesa foi do presidente municipal do PPS/SP, Carlos Fernandes.

A vereadora Soninha Francine iniciou a sua fala ressaltando a importância de se definir políticas públicas específicas para a juventude.

"Os jovens têm direitos universais, mas também as suas peculiaridades", afirma Soninha. "É uma passagem da etapa de proteção da família e da tutela do Estado para a fase da autonomia, que têm sutilezas e complexidades."

Para Soninha, cabe ao Estado oferecer estrutura, apoio, educação e oferta de oportunidades nesta etapa de descobertas e de rupturas importantes. Ela sintetiza este período de escolhas com o vestibular - "Que eu abomino, porque todo o processo educativo é voltado para isso", afirma a vereadora.

"Para fazer escolhas acertadas, o jovem precisa ter o seu repertório, construir valores como responsabilidade (saber que tudo o que a gente faz no mundo tem um impacto), noção de respeito, solidariedade, paciência, compreensão de visões divergentes e espírito crítico", defende. "Essa formação é muito mais importante do que ensinar o aluno a ler a tabela periódica."

Soninha abordou ainda outros temas relacionados à juventude e à cultura, geração de emprego e renda, esporte, lazer, violência, drogas e educação sexual.

Na questão do emprego, a vereadora lamenta que a situação econômica do país obrigue os jovens a entrarem cada vez mais cedo no mercado de trabalho, quando o ideal seria o oposto.

Neste sentido, a Cultura é "um antídoto contra o crime e a violência". Soninha entende que as políticas públicas nesta área têm um papel importante ao permitir que os jovens possam usufuir de seus direitos e liberdades de consumir ou produzir o bem cultural, descobrir os seus talentos e ter prazer.

"É fundamental oferecer oportunidades para que as pessoas usufruam de ir ao circo, ao cinema, à dança, ao esporte, que tenham condições para isso", afirma. "E que o melhor exemplo em uma comunidade seja, por exemplo, o melhor no basquete de rua e não aquele que toca o terror na quebrada."

Soninha também falou sobre a falta de credibilidade na política e nos políticos. "Não são apenas os jovens, mas a população em geral que tem toneladas de motivos para estar de saco cheio da política", opina. "Os jovens ao menos ainda têm a indignação, agitam e se organizam de alguma forma alternativa, têm a chama para mudar alguma coisa na sociedade, então precisamos tornar a política convidativa para esses jovens indignados."

Cultura

A visão do ex-secretário de Cultura João Batista de Andrade coincide em vários aspectos com os princípios e valores defendidos por Soninha Francine.

"O Estado precisa incentivar políticas públicas e desenvolver culturalmente o país sem que ele seja indutor ou interfira politicamente", afirma João Batista. "Devemos pensar no interesse coletivo e atender a sociedade, que exige a interação dos diversos conjuntos da Nação."

Em sua passagem pelo governo, ressalta que foi o primeiro secretário a promover audiências públicas sobre políticas culturais. "Na Secretaria, criamos conselhos em todas as áreas da Cultura para que cada segmento discutisse e definisse as suas prioridades e formas de atuação", afirma. "Implantamos o compartilhamento do poder de decisão para chegarmos à busca do consenso."

Ele conta emocionado do "avanço da mentalidade político-cultural" que presenciou em todo o Estado de São Paulo. "Todo município, por menor que seja, quer ter o seu cinema, a sua escola de música, a sua biblioteca, a sua escola de circo, o seu movimento de hip hop", declara o ex-secretário.

O vereador Dudu Terra, do PPS de São Miguel Arcanjo, deu seu testemunho sobre a importância da intervenção governamental na Cultura. No município paulista com menos de 35 mil habitantes, é motivo de festa encaminhar jovens da cidade a um conservatório musical - para se ter uma idéia de como ações simples ganham enorme repercussão.

"A Cultura gera emprego, é uma grande oportunidade para os jovens, é uma economia crescente", afirma o ex-secretário. "Por isso, eu tenho uma esperança muito grande que essa nossa experiência ajude a disseminar a Cultura e potencializar as ações do PPS."