O deputado federal Cláudio Magrão (PPS-SP) disse, nesta terça-feira, ser favorável à instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso Nacional para aprofundar as investigações da Operação Navalha, desencadeada pela Polícia Federal na semana passada. Na operação foram presas 47 pessoas, entre políticos e funcionários públicos, acusados de participar de uma esquema montado pela construtura Gautama para desviar recursos da União e fraudar licitações.
Magrão argumenta que a CPI é necessária para investigar a participação de autoridades do Executivo e do Legislativo, acusadas e receber propina para facilitar o acesso do empresário Zuleido Soares Veras, diretor da construtora Gautama, a obras públicas. “Apóio a investigação, mas temo que a base do governo possa agir para inviabilizar as investigações”, disse Magrão, ao referir-se a resistência dos partidos governistas em instalar a CPI do Apagão Aéreo.
Para ele, a criação da comissão, que está sendo chamada de CPI da Navalha e foi proposta pelo deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), pode se arrastar nos tribunais, a exemplo do que ocorreu com a investigação em curso na Câmara da crise aérea. “Mesmo que a instalação da CPI seja conquistada no STF (Supremo Tribunal Federal), o governo fará de tudo para ter as investigações sob o seu controle”, avaliou Magrão.
Mesmo assim, o parlamentar defende a CPI por acreditar que ela pode ser um instrumento para aperfeiçoar os mecanismos de liberação de recursos do orçamento da União, a fonte que irrigou a quadrilha presa pela PF. “Precisamos ter uma ação firme para acabar de vez com a corrupção no Estado brasileiro”, disse Magrão.