Preocupado com os prejuízos da Petrobras em solo boliviano envolvendo a questão energética, o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) disse, nesta segunda-feira, que o presidente da petrolífera, José Sérgio Gabrielli, terá de explicar, perante à Comissão de Minas e Energia da Câmara, os investimentos feitos pela estatal dentro e fora do país, e se o governo da Bolívia irá cumprir o contrato de fornecimento de gás natural.
O convite para Gabrielli comparecer à comissão foi aprovado na semana passada por unanimidade pelo colegiado. Segundo Jardim, o debate sobre o assunto é imprescindível porque há uma “grande dose de insegurança” dos investimentos da Petrobras na Bolívia depois da venda de duas refinarias a um preço considerado abaixo do mercado. Pelo acordo, o governo boliviano vai pagar US$ 112 milhões pelas unidades, mas especialista estimam que elas valeriam pelo menos US$ 200 milhões.
Para Jardim, a preservação das relações comerciais e de amizade com a Bolívia não podem ser mantidas a base da “chantagem e da pressão”, como já ocorreu nos episódios da repactuação do contrato de fornecimento de gás, que implicou em acréscimo do preço do produto, e do rebaixamento da Petrobras a simples prestadora de serviço.
“Como estas operações indicam prejuízos para a Petrobras, queremos discutir com o presidente da estatal petrolífera as bases das negociações da empresa com o governo boliviano”, disse Jardim. A audiência com Gabrielli ainda não tem data prevista.