O vice-líder do PPS, deputado federal Arnaldo Jardim (SP), disse, nesta terça-feira, que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, divulgou um balanço otimista dos cem primeiros dias do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que não condiz com a realidade da execução orçamentária do governo.
No balanço divulgado ontem, 52% das 1.646 ações prometidas pelo governo para turbinar o crescimento econômico foram consideradas adequadas pela ministra.
Com base em dados da execução orçamentária do governo, Jardim disse que o total empenhado para o PAC foi de R$ 700 milhões até o final de abril, mas que o total liberado não ultrapassou os R$ 11 milhões.
“E dos R$ 1,8 bilhões anunciados até ontem pelo Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda), foram gastos apenas R$ 22 milhões. Portanto, esta é a triste realidade dos números do PAC, que até agora apresenta um baixíssimo nível de execução orçamentária”, lamentou.
Jardim disse que “mais grave do que a realidade dos números” foi a unanimidade dos analistas em detectar a existência de resistências ao PAC dentro do próprio governo. Para ele, isso comprova que o governo encontra dificuldades para implementar o programa desde que foi anunciado, mesmo tendo lançado mão de medidas provisórias para executá-lo.
Para o parlamentar, o resultado pífio do PAC até aqui é “fruto de uma política econômica equivocada”, que não está voltada para o desenvolvimento do país. “Como não há projetos e preparação para isso, o governo também não se volta para a sua execução”, disse Jardim, ao afirmar a oposição, ao contrário do PT no passado, não vai investir “no quanto pior melhor”.
“Torcemos para que o PAC dê certo e vamos continuar cobrando medidas [do governo] para agilização de projetos na área de habitação e saneamento, de concessões de rodoviárias, de energia e de adoção de instrumentos de gestão adequados para o programa deslanchar de vez”, disse Jardim.