Em um balanço sobre a essência do 1º de Maio e as conquistas dos trabalhadores brasileiros nas últimas décadas, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), vice-líder do PPS na Câmara, do afirmou que o sindicalismo precisa se desatrelar de uma vez por todas da tutela do governo federal. Ele propõe um diálogo com as lideranças sindicais do país para que “questões que afloram nas relações de trabalho” e que são diversas a regulamentação da CLT sejam debatidas em profundidade.
“É tempo de desatrelar começando pela extinção imediata da contribuição sindical, um autêntico imposto antidemocrático porque é cobrado de quem não é sindicalizado”, defendeu o parlamentar. Ao mesmo tempo que defende a redução da dependência do Estado, Jardim diz que o novo desafio do sindicalismo é combater o chamado desemprego estrutural, para que o trabalhador não abandone os sindicatos e as lutas reivindicatórias. “Os sindicatos tem de investir na educação e na reeducação de caráter técnico das categorias que representam”, afirma.
O deputado disse também que independentemente da ação governamental, os sindicatos deveriam se voltar para ações relacionadas ao emprego cada vez mais constante da tecnologia e seus efeitos nocivos à saúde dos trabalhadores. “Os sindicatos podem exigir que se adotem ações preventivas no próprio local de trabalho”, exemplificou.
Outro ponto que Jardim considera importante no debate sobre os rumos do sindicalismo brasileiro é a questão da democracia. “É democrático que o trabalhador participe da vida nacional, mas não se pode admitir que os sindicatos se transformem em meros comitês eleitorais”, disse, ao criticar o direcionamento de votos para determinados candidatos durante as eleições.