quarta-feira, 11 de abril de 2007

Jardim defende conceito socioambiental na produção de etanol

O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) defendeu a adoção de certificações de preservação ambiental, melhorias nas condições de trabalho e iniciativas de responsabilidade social na produção brasileira de etanol.

O deputado argumenta que apesar de o Brasil ser uma referência mundial em competitividade na produção de etanol, existe o desafio de desmistificar alguns tabus como a devastação de florestas para a monocultura, uso de trabalho infantil, condições de trabalho sub-humanas e o comprometimento dos recursos naturais.

“Estes são alguns dos argumentos usados por países desenvolvidos para criarem barreiras para o nosso etanol. Precisamos de um esforço coletivo entre Governo e iniciativa privada no sentido de estabelecermos padrões de produção em todo o país”, argumentou o membro das comissões de Minas e Energia e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.

Arnaldo Jardim lembrou que a União Européia (UE) avança na elaboração de uma lei que exigirá que os exportadores de biocombustíveis certifiquem que seus produtos sejam sustentáveis ambientalmente.

“Alguns podem dizer que se trata de mais uma barreira para o nosso etanol. Entretanto, a meta européia nos alerta para uma nova realidade global, em que as certificações socio-ambientais serão premissas para futuros acordos comerciais”, enfatizou.

Jardim destacou ainda que em São Paulo, maior produtor mundial de açúcar e álcool, a expansão do canavial se dará, principalmente, em áreas de pastagens degradadas. Além disso, o deputado sustenta que a cultura da cana é a que melhor paga seus trabalhadores, onde 92% da categoria têm carteira assinada.

“Processos de reuso da água e utilização da vinhaça como fertilizante também estão sendo incorporados ao processo produtivo. Os critérios para obter o licenciamento ambiental dos novos empreendimentos também estão bem mais rigorosos”, informou o parlamentar.

Para o deputado pepessista, é fundamental que o Brasil justifique o título de ‘energia renovável’,evitando a contaminação dos solos e lençóis freáticos pelo uso de fertilizantes e pesticidas, bem como a derrubada de matas ciliares e o aumento da erosão.

"Garantir melhores relações de trabalho entre a indústria e os trabalhadores, reduzir o uso da queima na colheita e preservar a água também são de vital importância”, finalizou Arnaldo Jardim.