segunda-feira, 9 de abril de 2007

Magrão repudia uso do FAT para agronegócio

O deputado federal Cláudio Magrão (PPS-SP) reagiu duramente à tentativa do governo Lula de desviar os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para refinanciar dívidas do setor agrícola.

O parlamentar disse que a medida provisória (MP) criando o Fundo de Recebíveis do Agronegócio (FRA), para garantir o refinanciamento da dívida entre os produtores rurais e o setor privado desde a safra 2004/2005, é mais um “ataque ao dinheiro dos trabalhadores brasileiros”.

“Esse é mais um golpe contra os trabalhadores. Recursos que são destinados à qualificação profissional, ao abono salarial e ao seguro-desemprego não podem ser utilizados para financiar dívida de fazendeiros, nem de latifundiários”, criticou Magrão.

Ele promete que o PPS vai lutar para barrar a manobra. “Nós vamos lutar contra essa idéia. Isso vai levar mais prejuízo ao FAT”, afirmou.

De acordo com matéria do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira, serão destinados R$ 2,2 bilhões do FAT ao Fundo de Recebíveis do Agronegócio. Magrão disse que quer saber qual a posição do Ministério do Trabalho e Emprego sobre a questão. Ainda segundo o jornal, a MP já se encontra na mesa do ministro Carlos Lupi.

“Eu quero ver qual será a posição do ministro (Carlos Lupi). Com a história do PDT em prol do trabalhismo, ele não pode nem pensar em apoiar uma absurdo desse”, desafiou Magrão.

Na operação para salvar os agricultores, em casos que a inadimplência futura supere os 45% da dívida renegociada, o Citibank entraria como a instituição financeira que assumiria o risco da operação.

“Olha, nós já assistimos esse filme. É sempre a mesma coisa. No final, os trabalhadores é que arcam com o tombo”, ironizou o deputado pepessista, que é ligado à Força Sindical, ao dizer que a proposta de Lula terá com o repúdio das centrais sindicais.